Quando se perdoar é difícil

Essa vidinha perecível

Que se deteriora no tempo, de repente

Mas tenho que ser flexível

Pois estou passiva de ser conivente

Eu erro grosseiramente, por reproduzir padrões frequentemente.

Fico angustiada de pensar

Que está encarnado, preciso confessar

Dentro do meu ser, erros que nunca hei de esquecer

Que são como fantasmas a cada adormecer

Sou errada, sou errante

Sou mentira, inconstante

Minto, invejo, traio e causo dor

Sou hipócrita

Reconheço o espinho da minha flor

Não aceito, porque amo

Não aceito, porque sou resultado

Não aceito, porque foi incitado, provocado, injuriado

E fraca como sou

O erro se fez, mas marcou.

Sangrou.

É ferida aberta

Ah como lamento!E ainda que outrora me perdoe sinceramente

A pior conquista, compadecimento e o mais árduo perdão

É aquele que se dá ao próprio coração.

Esse que não poupa banalmente, docilmente.

Uma vida construída em uma verdade criada e alimentada

Se estilhaça ao chão

Revelando que o fio de aço era de algodão

Inflamando a uma auto escravidão

Que não se rende, que humilha à solidão

Manda esquecer da dignidade que pertencia a você.

Seu nome, seu endereço, seu cobertor.

Sua honra ou qualquer amor.

Como posso olhar para o espelho e não me ver ?

Não me reconhecer?

Hoje vejo que o leão que rugia forte é apenas um bichano.

Aquilo que era eu, reflete apenas um mundo...

Humano

Imundo.

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a A Beringhs
Enviado por a A Beringhs em 02/02/2017
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