A inquietação da alma
A QUÍMICA DO AMOR
A inquietação da alma
Diariamente sou levada, institiva e conscientemente a escrever narrativas sobre minhas inquietações existenciais em consonância às relações com o outro, o meu "eu" e os relacionamentos afetivos mais próximos, amorosos ou não.
Sofro de um tipo de desassossego interno que me impede de preservar ou de me manter inerte aos fatos de uma convivência intrínseca. Muitas vezes o que sinto e escrevo partem para o campo da objetividade com uma profundidade quase desesperadora.
Muitas questões das quais escrevo, embora sejam só inquietações, são tb verdades respiradas por um ar que asfixia em vez de oxigenar. As dúvidas são observadas como dramas, sim, dramas da vida real, já que a identidade na sociedade, especialmente feminina, está diretamente ligada aos tipos de relações que você foi ou não capaz de fazer.
Desmorona a instabilidade, o momentâneo da açã/reação não obstante desejada nos causa um sentimento de inadequação, não aceitação, nos enchedo de dúvidas inquietantes.
Como se adequado fosse jamais ter dúvidas e equilibrado fosse conviver com elas. Há uma falta de estrutura social para as dúvidas. Todos as têm, mas a ninguém é dado o direito de senti-las. Como se duvidar fosse fraqueza. Como se certeza fosse não duvidar.
Em muitos relacionamentos afetivos, a inteireza de um, incomoda a escassez do outro.
Em outros, a competência desbanca o fracasso e aflige o fracassado, reiterando numa cumplicidade ou no total afastamento, gerando dúvidas e incertezas levando o "eu" ou o outro ao desalinho emocional.
Convivo, diariamente, com minhas dúvidas e incertezas, mas em busca do equilíbrio, ando a espreita, lendo e relendo-me, capacitando-me ou tentando, chegar a máxima da verdade do meu eu com o outro.
Entender nossos desassossegos é, imperioso para compreendermos o que nos incomoda e ou, desacomoda.
Ana Cristina Silveira