Obrigação de viver ou conviver?
Penso sem qualquer objetivo, sou um procrastinador de pensamentos, entre o que penso e sou não há diferença que se sinta. Minha vida social e a angústia que sinto, silenciosamente, em vivê-la, é também reflexo do meu eu sem sentido, e de sua total falta de finalidade para agir com sentido. Até mesmo a obrigação de agir para sobreviver causa-me um peso e incômodo que parece que não vou suportar, a ideia de executar coisas sem sentido, e ter de tolerar, por fraqueza minha, com passividade as grosserias que o outro nos envolve, além das conversas vazias com assuntos fúteis, me pesa a alma como um sono interrompido de manhã. Escrevo senão para me aliviar da sensação física de viver e ser obrigado a conviver.