O AMOR, PASSAGEIRO E EXAGERADO
O amor é o vento
Impiedoso quando quer
Exagerado sem necessidade
Mas é passageiro, para o bem das flores
O amor é o calor
Aquele que nos faz transpirar incessantemente
Exagerado todos os dias
Mas é passageiro, pois todas as noites sinto o seu frio
O amor é a chuva
Que molha bem mais do que rezamos
Exagerada quando quer se exibir
Mas é passageira, quando até o arco-íris pede para se secar
O amor é tristeza
Aquela que nos faz chorar sem querer
Exagerada forma de lamentar
Mas é passageira, pois sempre haverá sorrisos após as lágrimas
O amor é o medo
Que nos faz temer até o simples
Exagerado, ele nos impede de acreditar
Mas é passageiro, pois a esperança rima com confiança
O amor é a fome
Que gosta de aparecer em horas impróprias
Exagerada, é a necessidade de ter aquilo que não podemos
Mas é passageira, pois é só uma sensação da mente
O amor é o desconhecido
Que nos faz pensar se era possível
Exagerada maneira de enxergar o mundo
Mas é passageiro, pois todos temos espíritos de exploradores
O amor é o terrível
Que se parece com melancolia
Exagerada palavra de pouca coragem
Mas é passageiro, pois não se precisa entender o amor
O amor é preto
Na falta constante que faz o vermelho
Exagerada forma de observar as cores
Mas é passageiro, enquanto houver tinta, pincel e afeto
O amor são poesias
Em tortas linhas do destino
Exagerada maneira de imaginar o futuro
Mas é passageiro, pois o verbo se faz carne, e a poesia se faz o real
Por fim, o amor é passageiro
Que nunca sabemos quando vai acabar
Exagerada forma de pensar
Que passageiro foi o nosso amor
E que isso que sinto é um devaneio
Ou que não tem cor
Que não teve calor
E que passageiro foi esse sonho que você me acordou