Recomeçar. Se permitir. #desabafo
Meus últimos meses foram pesados. Nada de muito ruim realmente aconteceu, mas pequenas frustrações, pensamentos ruins, medos e angústias me deixaram perturbada e doente. Vi muitos amigos meus passando pela mesma coisa e, então, resolvi dividir um pouco do que eu tenho feito para me livrar dos meus pensamentos ruins e medos e espero poder ajudar alguém, além de abrir caminho para que acrescentem mais exercícios úteis nesta jornada de busca pela alegria interna e autoconhecimento.
Acredito que o primeiro passo seja livrar-se das pessoas negativas que estão a nossa volta, daquelas que nos puxam para baixo e nos carregam com frustrações e cobranças. Mas nem sempre isso é fácil e possível. Talvez porque a gente nem perceba que elas estão fazendo isso, talvez porque elas não o façam por mal, ou talvez porque nosso dia a dia simplesmente não permita que nos afastemos delas (se a pessoa for um chefe ou afins).
Então eu pensei que poderia não dar ouvidos ao que era dito. Mas nem sempre eu consegui. Como eu ia ignorar todos aqueles comentários se, no fundo, “eles tinham razão”.?
Antes de mais nada, eu precisava encontrar forças dentro de mim para entender o que era um bom conselho e o que era apenas negativo e descartável. Não podia simplesmente ignorar tudo, pois chegou em um momento em que eu também concordava com o “mundo cinza” e todas aquelas frustrações como se aquilo fosse de verdade, e eu não poderia ignorar a verdade.
1. Ter um diário.
Eu nunca tinha pensado em escrever diário como um exercício de cura. Autoconhecimento, sim, mas nem tanto. Para mim, era apenas um desabafo e normalmente eu nem volto para reler o que já escrevi.
Mas, de uns tempos para cá, comecei a reler minhas histórias, repensar meus sentimentos, me auto estudar. Pensei como eu poderia ter agido diferente, que sensação ou pensamento me gerou aquela situação; se eu estava sendo ativa ou apenas reativa; pensei em como eu poderia evitar uma parada ruim na próxima vez em que ela acontecesse... Até dividi meus pensamentos com canetas coloridas, representando alegria, raiva, medo do passado, angústia, boas vibrações, palavras de incentivo... E aí comecei a perceber com mais clareza o que e porque cada coisa passava na minha mente e ficou mais fácil controlar meus impulsos e medos (saber identificar certas coisas como medo foi ótimo pra perceber que não são sentimentos reais e que, então, eu posso afastá-los).
No começo eu só escrevia coisa ruim.. histórias ruins, desabafos de coisas que eu não gostei no meu dia. Agora, faz poucos dias, comecei a escrever coisas boas também.! Frases soltas de determinação e autoamor, pensamentos de força e autocontrole, dicas para eu me sentir melhor, escrevi sobre situações em que eu me senti bem.
Tem ajudado bastante.
2. Meditação.
Sentar a bundinha e ficar parada ouvindo música de “blinblinblin” não é nada fácil. Eu me distraio com frequência, olho pros lados, penso no almoço, no gato, no amanhã, no ontem...
Comecei ouvindo essas músicas para trabalhar ou enquanto eu escrevia no meu diário e antes de dormir. Não era meditação propriamente dita, mas as músicas relaxantes, por si só, já me acalmavam, mesmo que no meio de uma impugnação difícil ou um desabafo.
Tentava tirar 5 min dentro desses momentos para não pensar em nada e deixei esse tempo ir aumentando sozinho com o passar dos dias.
Agora eu medito sentada antes de dormir, ou quando eu acordo... adicionei alguns alongamentos no meio do processo (assim eu não preciso ficar parada o tempo todo), rezo muito, conversando com todos os meus Deuses, Deusas, entidades, mestres. No começo, eu pedia força, pedia luz, pedia, pedia.... Agora não. Lembrei que minha Oma falava muito da presença “eu sou” e de como estas palavras são fortes e, por isso, agora eu repito “eu sou forte”, “eu sou luz”.
3. Amar a mim mesma.
Acredito que eu vá encontrar alegrias e voltar a ser uma pessoa bem resolvida quando voltar a me amar por completo. Quando acreditar em mim mesma com 1000% de fé outra vez. Quando isso acontecer, será mais fácil ignorar as negatividades alheias também.
Essa parte está um pouco mais difícil ainda...
Mas eu me permito chorar sempre que dá vontade e, assim, consigo limpar minha alma. Me faço carinho, tomo um banho demorado. Tento ouvir músicas alegres e dançar sorrindo na frente do espelho, mesmo que esse sorriso não seja 100% sincero no começo, no fim, a risada vem. Parece até idiota no começo, na verdade, se olhar no espelho e sorrir e ignorar aquela voz de bosta que diz que não tem nada bom para se olhar ali. Eu me abraço com frequência e penso mais um pouco na força da presença “eu sou”. Lembro de bons momentos, de dias felizes e me perco neles, me delicio neles.
Não são etapas, tudo isso vem acontecendo ao longo do caminho de modo simultâneo ou não, tudo dependendo do dia, de cada acontecimento, da abertura que eu entrego a cada situação. Não tem sequencia muito lógica ou regra... apenas sigo o coração, focando em boas energias. Com o tempo, parece que tudo vai se alinhando novamente.
Eu não consegui afastar todos os meus medos, nem toda a negatividade, nem todas as pessoas que me fazem sentir pra baixo. Mas me reaproximei de velhas amizades que me faziam bem e isso me fez bem de novo. Aos poucos, estou me livrando da culpa e dos julgamentos externos e, principalmente, dos internos.
O caminho é longo, mas tá começando a clarear.
Então, na tentativa de que isso ajude alguém a se encontrar também: se ame, se permita, se presenteie, se entregue. Tenha fé, busque fé (não importa em que), tenha fé em si mesmo, saiba que é só um período ruim, mas que logo vai passar. Saiba que a vida tem um propósito maior pra tudo.! Não se entregue à negatividade; respire fundo e com calma.
A batalha é longa, o caminho é comprido. Mas tudo pode ser feito com sorriso e alegria. Vamos acreditar nisso.!!
E que assim, seja.