SOBRE A GRATUIDADE DAS COISAS
Uma classificação das coisas como útil ou inútil apenas pressupõe uma visão utilitária de mundo que descarta o componente lúdico inalienável a existência humana. Por outro lado, recusar a utilidade como critério e substitui-la pela significação subjetiva e simbólica não é uma resposta satisfatória ao utilitarismo. A importância dos girassóis de Van Gogh transcende a objetividade tanto quanto questiona a subjetividade. A perenidade de nossos feitos e formulações nos leva a gratuidade, ao não intencional como critério de valoração das coisas. Nada é importante e todas as significações são efêmeras.