SOPHIA
É durante os invernos da vida que a busca de sabedoria, fonte rica que alimenta o nosso espírito, desponta como uma alternativa, a fim de nos prepararmos para as lutas repentinas que a vida sempre está sujeita, sendo a própria sabedoria, tão elogiada pelos homens que testemunharam a onisciência de Deus e também pelos sábios das Grécias e das Romas antigas, uma fortaleza em tempos sombrios e difíceis; é, além do mais, um recurso que nos mantém, por um tempo indefinido, aquecidos do frio das circunstâncias turbulentas, até chegar um momento em que o sol radiante de verão apareça em toda a sua plenitude; pois, obviamente, nada do que é demasiadamente finito dura para sempre, não participa, portanto, do que é eterno; e é justamente nesse novo momento da vida que podemos, com paz no coração já fortalecido, colher os frutos de nosso amadurecimento psíquico e espiritual, mormente quando erigimos o fundamento de nossa existência com bases firmes de sabedoria e discernimento. Sem sabedoria, o homem não consegue perceber os perigos que o empreitam; mas quando se alimenta da sabedoria que emana da palavra de Deus ou, então, das filosofias dos grandes mestres, não só adquire prudência para se desviar das armadilhas dos perversos, mas também é bem-aventurado para ajudar o seu semelhante a caminhar na vereda da justiça, da paz e da salvação.