O "amor certinho para mim"
Comumente escuto, leio ou sinto as pessoas serem orientadas pelo o que chamo de o "amor certinho para mim". Qual o problema nisso? O grande problema é que ao perceber a orientação pelo o "amor certinho para mim", analiso que ele pode ser equiparado a uma calça ou blusa que compramos e com o tempo não vai mais cabendo.
O "amor certinho para mim" também pode ser equiparado a um pedaço de quebra-cabeça, ele não se expande. Se é certinho não há a necessidade de mudar e crescer. Ele, por ser certinho, irá justamente ingressar no cantinho vazio, alimentando o próprio ego e consequentemente trazendo uma sensação de falsa plenitude.
Injusto seria criticar o "amor certinho para mim", pois ninguém já nasce sabendo que este não existe, ele é uma invenção da nossa cabeça, da nossa insegurança e do nosso medo de ficar só.
Não quero aqui deixar ninguém triste ou desanimado com a inexistência do "amor certinho para mim", como prova irei falar do "amor libertador". O "amor libertador" é o tipo de amor que aparece quando nos amamos, estamos tão preenchidos pelo amor por nós mesmos, que quando amamos transbordamos.
O "amor libertador" é aquele que te impulsiona a ser alguém melhor, não por ele, mas por querer o seu bem. É o tipo de amor que não aprisiona, cobra ou manipula, sendo a transparência a força que o move.
Com o "amor libertador" vai-se perdendo os traumas das traições, os de ter sido, em dados momentos, uma peça de quebra-cabeça ou um objeto de vestimenta. Os dois seres envolvidos se tornam independentes e retornam, porque querem, ao ninho que acalenta o "amor libertador".