A SOLIDÃO

Na solidão, temos uma percepção sobre nós mesmos de uma maneira distinta do que se estivéssemos em companhia de muitas pessoas; na solidão, conseguimos fazer uma profunda compreensão de quem somos e também sobre os propósitos para tudo o que fazemos na vida. Os ecos do tempo, portanto, nos revelam quem somos com uma profundidade extraordinária! É por essa razão que muitos seres humanos buscam se evadirem dessa condição; mas não se dão conta de que são a todo momento confrontados consigo mesmos, ou seja, inevitavelmente são impelidos a reconhecerem o seu próprio ser. A solidão, vista por outro ângulo, também pode ser sentida mesmo quando estamos em companhia de muitos conhecidos; nesse caso, sentimos o enfado das relações sociais permeadas pelos vícios da inveja, dos ressentimentos, das intrigas e das conversas mais frívolas. Os grandes sábios, especialmente os homens dotados de profundidade espiritual, sempre souberam extrair de sua solidão grandes ensinamentos práticos para a vida; são eles os que mais souberam gritar seus desesperos e suas insatisfações para o mundo, independente de serem compreendidos ou não. E no que diz respeito aos homens que vivenciam sensações de vazio, sempre sentirão dificuldades de viver a experiência da mais íntima solidão...Ora, quantos não tem vivido em busca de distrações, de relações sociais êfemeras, de sensações alucinantes e de experiências viciantes e letárgicas como maneiras paliativas de se sentirem livres do fastio que povoa suas existências? Mas para aqueles que se sentem plenos e amparados, a solidão nunca será um problema. Pelo contrário, ela será sempre uma oportunidade para se emocionarem com os milagres da vida e também uma oportunidade para descobrirem com exultação o significado da própria existência enquanto se adornam de joias preciosas de sabedoria.

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 15/01/2017
Reeditado em 21/03/2018
Código do texto: T5882759
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