Um bilhetinho
No pensamento uma lembrança tenta manifestar-se
Mas não é reconhecida no instante do seu surgimento
Então é deixada de lado, para outro momento pertinente
Pois no agora existem outras prioridades na mente
Coisas fundamentais, para o reconhecimento social
Uma incoerência de imagens tangíveis à sua volta
As sombras do passado que remontam seus quadros
E até alguns sussurros começam a aparentar familiares
Mas logo se perdem nos ecos que acompanham o tempo
Sentada no sofá das desilusões, espera o esquecimento chegar
Com um buque de tulipas azuis e nele um bilhetinho escondido
Que pode ou não lhe ajudar, pois nele está escrito em letras miúdas
“As lembranças que você não viu, as lembranças que você esqueceu
De repente pode ser eu”