Sobre Trotsky
Lev Bronstein, homem de ação (adepto da teoria da revolução permanente), intelectual e estrategista da Revolução de 1917, foi impiedoso com os inimigos da revolução quando foi chefe do Exército Vermelho, mas não conseguiu se livrar das maquinações stalinistas no interior do partido do qual outrora teve proeminência. Depois da morte de Lênin faltou-lhe tato em perceber que Stálin agia pelo faro. Relegado ao desterro, ainda assim do exílio liderou uma resistência ideológica aos rumos da revolução ditada pelo homem de aço, ação que lhe custou à perseguição total e a sua aniquilaçõa física. Depois do exílio europeu, Trotsky encontrou no México um porto seguro e lá deitou com a não menos icônica Frida Kahlo que tinha uma espécie de casamento "aberto" com Diego Rivera, mas Mercader o incansável capo de Stálin lhe alcançou sorrateiramente. Na oportunidade que teve, desferiu com uma machadinha de cortar gelo, um golpe fatal no revolucionário russo. Até hoje os gritos pavorosos de dor de Trotsky ferido mortalmente ressoam na memória histórica. Trotsky com a voz trêmula a dizer aos policiais: "não matem esse homem, ele tem muito a dizer, não matem, ele tem muito a dizer". Dias depois morreu um dos personagens mais emblemáticos do século XX, um homem que uniu a ação com a teoria e sonhou com a revolução permanente e que acabou por pagar o preço mais alto que alguém pode pagar por ousar peitar a máquina de terror stalinista, ele foi uma das milhões de vítimas do regime que ele ajudou a implantar.