Filhos

Filhos: ter um sentido pelo qual viver, uma responsabilidade. Um caminho...

O orgulho individual é colocado de lado, transposto para o âmbito da palavra "pai", dando entrada no sentimento amor, o qual agora vive apenas pelos filhos. "Dou minha vida pela dos meus filhos"...

Condição para se ter filhos: desejo de sentido pelo qual suportar a existência, ou a falta de sentido dela. Só o poder da sentido. Mas para isso usamos a palavra amor: Ter pelo que lutar e sobreviver, ter uma propriedade, exercer o amor como poder de autonomia sobre a cria, ter uma posse. Torna-se possessivo: os filhos se tornam o centro de nosso poder. A fonte se nosso sentido. Onde podemos exercer poder. Ser responsável, guiar caminhos. Tudo isso, sabemos, causa prazer.

Por que para uma mãe e um pai é a pior coisa perder um filho? Perdem seu apoio, o poder, seu sentido de existir. Até sua identidade inteiramente posta no filho se desintegra, luto - já que a individualidade não mais foi trabalhada em proveito da identidade pai.

Chego a sentir um egoísmo aí...

Filhos: desejo de poder/amor, desejo de sentido!

Está agora fixo em um sentido na existência. Sente-se de dever cumprido, engajado num caminho. Que só a sociedade, o capital, podem dar a estrada...

Fiódor
Enviado por Fiódor em 14/01/2017
Reeditado em 14/01/2017
Código do texto: T5881671
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