O sinal de minhas duas TVs é analógico.
Diz a propaganda que eu preciso me tornar digital.
Por quê?
O que faz eu não ter o direito de usar meu velho aparelho?
Ilmar, você precisa acompanhar os tempos da modernidade.
Mas, caso não deseje seguir a grande onda, estarei pecando?
* Meus pais diziam que cresceram usando candeeiros e velas.
Hoje, invadindo as casas, a luminosidade artificial não permite observar o lindo céu estrelado. Liga, desliga, sempre fica o quarto aceso, ninguém dorme direito.
Quero que a escuridão volte já!
E o radinho de pilha? Agora os canais pagos transmitem tudo, os jogos perderam a graça, a tão criativa narração cedeu espaço a imagens que nunca acabam.
Confesso ainda preferir o rádio pequenininho, pois percebo cá a vida que falta lá. Não abro mão!
Antes os filhos respeitosamente diziam senhor, hoje falam você. Garanto que jamais admitiria a segunda opção.
Além de exigir o pronome correto, renovaria as gostosas surras.
Vocês, conhecendo várias primaveras, talvez tenham apanhado numa boa. Sem essa de conversar com psicólogos ou desenvolver traumas.
Sinto muita gente não gostar, porém sugiro o cinto ardente gastar.
* Tirando pouquíssimas exceções o progresso entristece.
Notei que, nos dias atuais, quase não ouço bebês berrando.
O que ocorreu? Por que os melodiosos berros sumiram?
Desde novos ganhamos objetos inúteis, aprendemos tecnologias cheias de botões, enxergamos um mundo muito sofisticado.
Chorar alto, berrar, soltar a voz fazia bastante sentido numa época onde existiam brincadeiras, as crianças corriam, caíam, sujavam a roupa.
Agora mudou demais.
Pular a infância parece uma regra, os costumes imbecilizam a mente, matam a ação inteligente. Até os galos abraçaram a preguiça absoluta, seus cantos ninguém mais escuta, cremações estúpidas substituem os tradicionais enterros, excessivas tatuagens estão escondendo a bonita pele jovial, nas manhãs as pessoas costumam caminhar arrogantes e metidas, amam o coração, derramam presunção.
Ah! Foram os berros de verdade embora, a simplicidade chora.
Um abraço!
Diz a propaganda que eu preciso me tornar digital.
Por quê?
O que faz eu não ter o direito de usar meu velho aparelho?
Ilmar, você precisa acompanhar os tempos da modernidade.
Mas, caso não deseje seguir a grande onda, estarei pecando?
* Meus pais diziam que cresceram usando candeeiros e velas.
Hoje, invadindo as casas, a luminosidade artificial não permite observar o lindo céu estrelado. Liga, desliga, sempre fica o quarto aceso, ninguém dorme direito.
Quero que a escuridão volte já!
E o radinho de pilha? Agora os canais pagos transmitem tudo, os jogos perderam a graça, a tão criativa narração cedeu espaço a imagens que nunca acabam.
Confesso ainda preferir o rádio pequenininho, pois percebo cá a vida que falta lá. Não abro mão!
Antes os filhos respeitosamente diziam senhor, hoje falam você. Garanto que jamais admitiria a segunda opção.
Além de exigir o pronome correto, renovaria as gostosas surras.
Vocês, conhecendo várias primaveras, talvez tenham apanhado numa boa. Sem essa de conversar com psicólogos ou desenvolver traumas.
Sinto muita gente não gostar, porém sugiro o cinto ardente gastar.
* Tirando pouquíssimas exceções o progresso entristece.
Notei que, nos dias atuais, quase não ouço bebês berrando.
O que ocorreu? Por que os melodiosos berros sumiram?
Desde novos ganhamos objetos inúteis, aprendemos tecnologias cheias de botões, enxergamos um mundo muito sofisticado.
Chorar alto, berrar, soltar a voz fazia bastante sentido numa época onde existiam brincadeiras, as crianças corriam, caíam, sujavam a roupa.
Agora mudou demais.
Pular a infância parece uma regra, os costumes imbecilizam a mente, matam a ação inteligente. Até os galos abraçaram a preguiça absoluta, seus cantos ninguém mais escuta, cremações estúpidas substituem os tradicionais enterros, excessivas tatuagens estão escondendo a bonita pele jovial, nas manhãs as pessoas costumam caminhar arrogantes e metidas, amam o coração, derramam presunção.
Ah! Foram os berros de verdade embora, a simplicidade chora.
Um abraço!