Sangue Negro No Céu
Correndo para a cidade
Aonde o mundo é realmente grande
Aonde na confiança reside o perigo
Um milhão em prêmios eu tenho
E você logo se atira a meus pés
Sob céu de brigadeiro, a sordidez é o prato da casa
Eu tenho tantos jogos e segredos a revelar
Mas para você as pequenas coisas já não têm encanto
Pois seu coração cinzento está como o céu que nos sufoca
As luzes da cidade são o caminho da satisfação
- Não posso esperar – é o que você me diz
E meu amor já não resiste à gravidade dos arranha-céus
Emprestados ao acaso estamos
O destino faz cobaias, sim
Mas o destino não faz prisioneiros
Nosso sangue evaporado,
Nosso sangue condensado em nuvens negras
Esperanças esfumaçadas respiramos agora
Mas você já não se importa com o que vejo
E também já não se importa com o que sinto
E em minha insignificância ecoam os gritos de sua ignorância
Andando pela cidade
Olhos elevados a um purpúreo horizonte
Holofotes ultravioleta trespassando corpos sem alma
Sob o calor de Surtur eu vejo o início do fim
Ele vem de mãos dadas com os filhos que se foram
Exalando os vapores da ira dos deuses que criamos e matamos
Os séculos esculpiram essa invisível revolta
Lançando em grilhões o Sétimo Anjo
Impedindo-o de soar a sétima trombeta, na sétima hora