Sangue Negro No Céu

Correndo para a cidade

Aonde o mundo é realmente grande

Aonde na confiança reside o perigo

Um milhão em prêmios eu tenho

E você logo se atira a meus pés

Sob céu de brigadeiro, a sordidez é o prato da casa

Eu tenho tantos jogos e segredos a revelar

Mas para você as pequenas coisas já não têm encanto

Pois seu coração cinzento está como o céu que nos sufoca

As luzes da cidade são o caminho da satisfação

- Não posso esperar – é o que você me diz

E meu amor já não resiste à gravidade dos arranha-céus

Emprestados ao acaso estamos

O destino faz cobaias, sim

Mas o destino não faz prisioneiros

Nosso sangue evaporado,

Nosso sangue condensado em nuvens negras

Esperanças esfumaçadas respiramos agora

Mas você já não se importa com o que vejo

E também já não se importa com o que sinto

E em minha insignificância ecoam os gritos de sua ignorância

Andando pela cidade

Olhos elevados a um purpúreo horizonte

Holofotes ultravioleta trespassando corpos sem alma

Sob o calor de Surtur eu vejo o início do fim

Ele vem de mãos dadas com os filhos que se foram

Exalando os vapores da ira dos deuses que criamos e matamos

Os séculos esculpiram essa invisível revolta

Lançando em grilhões o Sétimo Anjo

Impedindo-o de soar a sétima trombeta, na sétima hora

Isaque
Enviado por Isaque em 01/08/2007
Reeditado em 01/08/2007
Código do texto: T587717
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