OS LIMITES DO EU

Costuma-se dizer, alguns o afirmam, outros argumentam que não temos limites para sonhar e realizar. Mentira e verdade. Os limites estão por toda parte. Alguns podem ser facilmente superados, o que nem sempre são bem limites; outros não. Em suma, na vida, na realidade, tudo tem seu limite. Deste, só com a ilusão (que nos é familiar e ao mesmo tempo desconhecida) podemos ultrapassar.

O “EU” social, sempre subjetivo quando verdadeiro e sempre arquétipo quando notório, vive entre o limite de representar o que gostaria de ser e entre o que o mundo, a cultura, as pessoas exigem que deva ser. Os exemplos mais expressivos e menos notados estão no cotidiano. Dizemos “Bom Dia”, sorrimos todos os dias para pessoas próximas, mesmo quando estamos na maior tempestade subjetiva. No trabalho, mesmo todo dia no mesmo lugar, as mesmas caras, o primeiro momento é de reconhecimento. Um breve momento para sintonizar o ambiente é necessária à quase totalidade das pessoas. Depois, fazemos o que devemos fazer mesmo que implodidos por dentro. Poucas pessoas fogem dessa trivialidade.

Nosso “EU” está carregado de limites internos que são representados pelos nossos medos. Que não revelamos, pois implica ser mais forte que as dores e os medos. Não importa homem ou mulher, todos, vivemos entre medos. Medo de morrer – o maior, fatal –, medo de não conseguir, medo de dizer, de não dizer, medo de não agradar, medo do mesmo, do diferente, medo de ser infeliz e até de ser feliz, medo do estranho, do social, do cultural, entre tantos outros. Não há quem não vive algum medo. É o limite do EU: medos.

Entre os limites subjetivos e práticos da realidade sempre vai haver um limite que nos informa: até aqui e Ponto Final.