Exposição Social

Vivemos em uma época onde as fotos são tiradas com um único objetivo: Exposição.

O ser humano tem uma necessidade absurda de se expor...

Expor sua vida;

Expor sua rotina;

Expor suas ideias;

Expor seus pensamentos.

Mas, será que quem se expõe tanto já parou para refletir o quanto isso é fútil?

As pessoas não estão verdadeiramente interessadas no bem-estar e na prosperidade do próximo.

O ser humano é egoísta, hipócrita e invejoso.

Qual é a necessidade de compartilhar sua vida com pessoas que não lhe amam e não querem seu bem? Por que as pessoas passam tanto tempo em um mundo virtual?

Essa grande adesão às redes sociais é uma consequência de nossa cultura narcisista, que requer o outro apenas como audiência.

Acredito que muitas pessoas encaram a rede social como um refúgio ou fuga de sua vida, ou seja, uma utopia. Nas redes sociais tudo é perfeito, todos são felizes, com isso as pessoas sentem-se, de certa forma, protegidas, pois não precisam mostrar suas imperfeições, medos e inseguranças.

Os usuários desta utopia virtual, descobrem o que não possuem, assistem o que não podem realizar, escutam o que não são, com isso se tornam mais consumistas e insatisfeitos com suas vidas. Se tornam mais introspectivos, consideram mais fácil interagir com o virtual do que pessoalmente, o resultado é uma queda considerável na qualidade de suas vidas sociais.

O que as pessoas se esquecem é que não precisam se espelhar no outro, não precisam da aprovação das pessoas, não são necessários compartilhamentos, visualizações e curtidas. Não é isso que torna um momento melhor.

No início do texto falei sobre o objetivo das fotografias. Para mim, registrar momentos é algo útil e prazeroso, mas devemos compartilhar com as pessoas certas. E na maioria das vezes, estas pessoas se limitam aos nossos pais e alguns amigos mais íntimos.

As redes sociais não são um diário, onde a pessoa precisa desabafar, escrever sua opinião e seus pensamentos.

Acredito que essa exposição, na verdade, reflete o quanto estamos nos transformando em pessoas vazias (isso quando ainda existe algo a ser esvaziado), que não amam verdadeiramente o próximo e que possuem relacionamentos superficiais. Somos carentes, temos o desejo de ser reconhecidos e acolhidos por outros, mas a ferramenta que usamos para saciar essa carência é errada e ineficiente.

Isabella Martucheli
Enviado por Isabella Martucheli em 04/01/2017
Código do texto: T5871715
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