Irmãos no sofrimento

Onde há compaixão existe também interesse pessoal, egoísmo - amor impessoal que quer possuir, excluir a diferença, o distante, estranho, e se unir a tudo e fazer una a existência em um só corpo espiritual; o amor metafísico por tudo e todos - e Deus se transfigura pela moral em "Amor Universal"!

A sociedade e todos os meios de unificar a humanidade são formas de cansaço. A compaixão será o Deus das próximas épocas. Quanto mais um homem sofre tanto mais compassivo ele tenderá a ser, pois se identifica com tudo que sofre. Que seria de Jesus se as pessoas não sofressem demasiado, e se não tivesse aqueles que ainda mais sofridos desejassem se libertarem de si mesmos, de seu "eu"! A prova disso é que Ele quis se fazer salvador, e se sacrificar pela humanidade. Ele viu a necessidade do povo. Não teria ele feito mais pela humanidade se tivesse superado sua compaixão e permanecesse vivo, diante seu orgulho? Mas não havia outro caminho, Jesus sabia, sua força era o inverso da força do mundo, estava cansado, em paz, ao ponto dele, ao sentir-se abandonado na cruz por seu próprio "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?", duvidar de si mesmo. O medo de morrer só, quando perde a fé em sua transfiguração ao "Pai". O seu momento mais mortal. Jesus viveu seu ensinamento, sua morte foi sua redenção e conduta de não se encolerizar, não resistir ao mal - amá-lo...

O sacrifício é o ultimo estágio da compaixão: "perdoai-os, Pai, eles não sabem o que fazem". Jesus já não sabia o fim que teria?

E quem o entendeu? Um ou outro budista...

Com a compaixão somos envolvidos por um efeito tônico, uma adição na nossa energia, ficamos iguais, mas na fraqueza, nos igualando ao sentimento do enfermo que sofre.

Nos tornamos iguais no sofrimento. Há aí um declínio da força, um apequenamento.

O egoísmo é a força que impulsiona tanto o orgulho como o altruísmo.