Assim me sinto
O tempo passa, endurecemos o coração e fingimos não precisar de ninguém. Chega um certo ponto que a impaciência toma de conta e preferimos ficar longe para não extrapolar nos termos. Cansados de levar tantos tapas e ter tudo o que já fizemos usados contra nós e jogados na nossa cara como um balde de água fria, ficar sozinho parece ser o melhor remédio. Nesse isolamento é que está o problema. Esperamos solitários que alguém nos procure e libere um pouco do seu carinho, pergunte como está a vida, o coração, o porque de ter sumido repentinamente ou se a saúde anda as mil maravilhas, mas isso não acontece. Tudo não passa de um roteiro que só existe na nossa cabeça. Então paramos no tempo e começamos a compreender as músicas e as poesias, os conselhos de mãe e o que os livros insinuam. Assim ficamos a espera de uma simples visita. Tudo o que queremos ouvir são coisas que nos façam perceber como tem sido ruim esse tempo longe e o quanto fazemos falta. Digo, é disso que precisamos quando nos afastamos. Não queremos que as pessoas se afastem também, o que queremos é que nos mostrem a nossa pequena importância nesse mundo tão grande.