O Destino do Homem é "conhecer a si mesmo"
Toda nossa vida vivemos de imaginar. Tudo que sentimos e pensamos é simbolizado. As palavras são um acordo no qual entramos para nos comunicar, e nossos sentimentos são os corpos que as palavras vestem. Um acordo! A palavra verdade não quer dizer nada se não existir aqueles que concordam com ela. Pensar é imaginar.
O destino do homem não depende dele mesmo, por isso ele imaginou. Mas nada acontece sem que a natureza queira, e esta impôs a si mesma a ilusão dos sentidos, para criar a beleza, para criar a arte. O homem é belo. A vida é bela porque o homem diz que ela é bela. Que seria do sol sem eu para dizer que ele é belo, quente e saudoso? Não seria um vazio sem sentido?! Um nada cheio de coisas-de-nada. E não é preciso a arte para mentir a vida e enche-la de beleza?
Tenho observado em todos aqueles que se dizem verdadeiros, tanto mais quando falam de si mesmos, um ofuscamento de seu brilho, de sua vitalidade.
"Não desviar os olhos, ter-se sobre a vigilância da consciência, vigiar constantemente - "conhecer a si mesmo" - Eis tudo o que um espirito puro tem como princípio. Ele não quer se enganar a respeito de si. Quer estar seguro sobre si mesmo. Quer a "verdade", o autoconhecimento, uma vez que renegou a verdade do mundo. Vivem pela verdade aqueles que um dia viveram da mentira, e para estar certo sobre si mesmo buscarão sempre a verdade. Esta é sua denúncia - quanto mais querem a verdade mais profetizam para mim o que está por vir: - desta enorme potência que se criará, de uma "consciência universal" que se encarnará nos povos pela impessoalidade, haverá a maior crise de consciência da história, a grande implosão da psique, quando nossos olhos buscarem a beleza, a imaginação, a ilusão, e não mais ser possível se enganar a respeito da clareza da consciência. E a sensação de eternidade será nosso maior sofrimento. Eu diria, agonia do agora. A morte, banida para sempre das sensações, imortalizada pela consciência universal perderá sua beleza. Nos descobriremos de punhal nas mãos, e soprará um "em vão" insuportável nos corações, quando percebermos que matamos a beleza da vida quando banimos dela a ilusão.
Um dia eu sonhei isso, e nunca desejamos tanto a melancolia, o luto, a finitude, a tristeza de morrer, a morte. Porque havíamos cansados de ser eternos e da verdade.
Mas para isso tudo também tem seu tempo...