OAB: a indústria dos recursos processuais

Os utopienses consideram totalmente injusto obrigar os homens a cumprir tantas leis que são,na verdade, demasiadamente numerosas para serem lidas e obscuras demais para serem compreendidas. Por isso, em Utopia, não há trabalho para o advogado, cujo ofício se resume na manipulação de processos e na multiplicação de interpretações astuciosas. Acreditam que é preferível que cada qual defenda sua causa pessoalmente, expondo ao juiz o que diria ao seu advogado. Dessa maneira, evitam-se muitas ambiguidades e a verdade aparece mais facilmente. Um homem pode falar de forma direta, de acordo com sua própria consciência, sem as instruções enganosas do advogado, e o juiz considera cuidadosamente cada ponto, procurando proteger as pessoas mais simples de falsas acusações que porventura sejam feitas pelos mais astuciosos. (MOORE, Thomas. Utopia.)

Quando vemos que o assim chamado “direito” nada mais é do que uma artimanha para granjear meios de se ter apenas lucro, já não nos resta mais nada de bom. Em uma manchete recente no canal MSN, a notícia nos informa que a OAB repudiou a fala de um jornalista que dissera que o advogado dos criminosos que mataram covardemente a um homem inocente deveria ser também preso por ter ocultado o paradeiro dos mesmos. Agora, sabe-se que em nome de uma suposta ‘ética’ profissional, o advogado criminalista deve mentir descaradamente e falar de maneira empolada e confusa cujo sentido real não importa, pois até isso a advocacia moderna relativizou em prol de seus próprios interesses – o que significa sentido?

O afim de quê do advogado já era questionado por Thomas Moore desde o século XVI e ainda continua, o mesmo questionamento, a ecoar quando lemos esse tipo de notícia! Esse é o meu repudio e meu questionamento ao suposto direito de existir dessa instituição que nada mais faz do que promover o corporativismo e a cumplicidade com uma moral um tanto quanto questionável!