EXPECTATIVAS
Nossas expectativas são uma espécie de utopia necessária às nossas insistências e desistências. Quando olhamos para as tantas vezes que já apostamos todos os nossos créditos em ideias, ações e projetos percebemos que há mais desistências que insistências sobre muitas boas ações. Muitos eventos e fatos que nos afetam de forma positiva nem sempre foram planejados e sobre alguns sucessos, nem aposta fizemos.
Apostamos em ‘viradas’ de datas, em cursos, em escritos, em blogs, projetos, em pessoas... e, muitas vezes, somos forjados a abandonar muitos dos mesmos para fazer novas investidas. O que poucas vezes nos damos conta é do significado que as experiências passadas exercem na construção de eventos futuros mais significativos. Em toda dimensão existencial em que nos envolvemos descarregamos e carregamos experiências que servirão para ponderar sobre novas ações.
As bases do presente estão no passado e os pilares do futuro estão no agora. Esses fundamentos, infelizmente ou felizmente, não oferecem nenhuma luz que permita vislumbrar sucessos ou insucessos futuros. Acreditamos que escolhas coerentes e sensatas permitem possibilidades mais qualificadas para obter resultados positivos, o que nem sempre é válido, pois muitas vezes o sucesso pode ocorrer depois de erros cometidos, o que, claro, não deve ser incentivado. O ideal constitui-se, sempre, o equilíbrio entre extremos ponderáveis.
Acreditar e apostar todas as nossas fichas nos nossos ideais, ações e projetos constitui a melhor maneira de viver, independente dos resultados que o futuro agrega a cada evento. Validar a possibilidade do erro é o reconhecimento do humano em nossas ações. Avançar, mesmo na incerteza, acreditando que tudo será como sonhamos é perseguir o igualmente humano. Fazer tudo expressando o melhor de nós mesmos, sem esperar retorno, pode ser semente para o futuro humano que merecemos. As experiências resultantes de nossos investimentos, não importa o resultado da aposta, sempre nos tornam mais humanos.