Há algo mais
Algo me diz, não sei como, não sei de que forma, que há mais, que há muito mais. O que sinto chega a se precipitar pelos meus olhos, na falta de palavras, quando o ser se corrói por sentir o que é indizível ele então esborra, implode, se derrete pelos olhos como que se nisso a vida nos dissesse que a ignorância lava nossos olhos para que assim possamos enxergar melhor o nosso caminho
Não sei… Não tenho como controlar o que sinto. O que sinto realmente é inominável, parece ser uma presença, tem caráter de força, é saudosa, é poderosa, mas acima de tudo é gentil, e toca completando exatamente nas incompletudes, como se fosse possível o tempo parar, como se fosse possível não sentir nada mais, não se importar com nada mais, como se o único sentido da vida fosse ter mais dessa sensação.
O que eu quero seguir? O que eu quero ser? Eu me pergunto. Mas, nem sempre sei responder.
Quem eu sou? Essa pergunta eu NUNCA sei responder. Contudo, mesmo sabendo que essa ignorância que com certeza é habitada por uma maldade banal me faz desmerecedor de qualquer prêmio parece que ainda assim fui privilegiado, porque de alguma forma sinto este presente. Sinto este presente bem presente. E as paredes do meu íntimo se reverberam como se não houvesse limites do sentir.
Quem está aí? É o que pergunto.
Quem está aqui? É o que quero saber.
Quem estou sentindo? É o que minha audácia procura descobrir.
E então uma voz no meu coração palpita, mas não é a minha voz. E esta voz diz: Tu és meu.
Quem és?
Tu és meu.
Quem és?
Tu és meu.
És Aquele que me chama de amigo, mesmo que eu não mereça?
Eu Sou. Eu Sou. Eu Sou o Eu Sou.
O mais e o horizonte realmente nos incita sensações tão incríveis. Temos tantas dúvidas. Por que vivemos afinal? Para quê estudar? Para quê trabalhar? Para quê lutar? Para quê continuar? Deixar um legado? E depois? Tudo vai passar? Tudo se reduzirá ao pó?
Às vezes fazemos tudo por isso somente por fazer. Ás vezes fazemos isso pela própria estupidez. Nos anulamos. Mas, não é “Mais” que nos incita tantos questionamentos? Não é o horizonte que nos faz perguntar o que há além de…?
O que significa esta nossa existência? O que fazemos? Isso é mais que questão existencial. Isso é… o nosso próprio absurdo, a nossa alma que se rasga sentindo alguma vibração da vida que não é lógica, que não é física, que não é tangível.
Dizem que Deus clama. Dizem que Deus chama. A todos. Aos homens.
Eu creio nisso. Eu creio que há uma voz inaudível clamando ininterruptamente. Se simplificando pelos meios de comunicação para que seja traduzida a nossa paupérrima forma de conversar, de entender, e então, seja no facebook, num jornal, numa sensação, num dia, numa palavra de um estranho, Alguém fala, e nós podemos ouvir.
Tenho que confessar uma coisa, eu ouvi uma música que me deixou com uma vontade incontrolável de escrever algo sobre o “horizonte”, sobre o que há além da vida, das coisas. Parece que no meio dessa tentativa de ser poeta fui pego e interceptado por alguma coisa…
Há muito mais, além disso, tudo, há muito mais além dessa vida, como já disse uma outra vez: “Só os esperançosos tem o poder de desconstruir os sistemas” Há Alguém que caminha conosco, basta ir, porque se só pra viver essa vida só por viver, só pra morrer, viver para desaparecer depois é melhor morrer logo.
Por que eu vivo? Porque amo. Por quem eu vivo? Por Aquele que é o próprio Amor. Disseram que o Amor permanecerá mesmo quando tudo acabar (1 Co 13.13), e eu nem ligo pra questão de “permanecer” eu só quero amá-lo, ainda que não exista. Amém.
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~Leandro Santtos
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