A nossa casa- a que carregamos ...

A cada ano que passa a casa se torna maior, me lembro que na infância era bem pequenina, tanto quanto eu, lá também moravam meus pais e meu irmão, e no inverno nos aquecíamos ao redor do braseiro, enquanto fazíamos a janta.

A casa vai aumentando, e vamos apagando as luzes dos quartos, uma a uma, aos poucos e sem olharmos para trás, mas sem trancarmos as portas, pois nunca sabemos quando teremos que voltar para reparar alguns enganos.

Hoje , a minha casa , a que levo comigo, é muito grande, maior do que um dia poderia imaginar, e sigo apagando as luzes, as vezes olhando com carinho, e outras vezes não, apenas virando as costas e nada mais, e talvez a esses quartos é que ainda me faltem retornar e concluir, e então poder trancar a porta de uma vez.

Muitos dizem por soberba: " Não me arrependo de nada, faria tudo igual", e penso: " Que tolice é essa ? ". Todos , sem exceção, fariam muitas coisas diferentes, sobretudo a de não magoar as pessoas, a da reparação. Sempre me preocupei com isso, e é possível que não tenha tantas portas assim por trancar, mas certamente não sei.

Não tenho todo o conhecimento que preciso, e peço a Deus que não me permita errar muito, que sempre me abrande o coração, aplaque a minha ira, me faça refletir e ver com lucidez, pois preciso caminhar , ainda faltam muitas habitações, tenho alcovas pela frente, e muitas provações para me destemperar, e acima de tudo preciso saber como lidar com as pessoas para não ter que voltar.

Aragón Guerrero
Enviado por Aragón Guerrero em 20/12/2016
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