Preguiça

Escrever cansa e eu tenho muita preguiça. Mas isso não é totalmente mau. A minha indolência funciona como um crivo de auto-censura movido por forças passivas. A maior parte dos pensamentos que me vêm à cabeça acabam por ir embora sem que me dê ao trabalho de os anotar. Só os recorrentes, os que são fruto de uma teimosia enxertada por um coice de alguma mula casmurra e que não me largam é que me obrigam a deitar mãos à obra. Contrariada, sento-me então ao computador ou puxo de uma caneta perdida no fundo de uma mala e de algum talão de compras perdido e rabisco a ideia. 
Mais tarde leio. Se for alguma coisa que preste reescrevo. A maioria vai para o lixo sem sequer guardar os valores das compras para a minha contabilidade pessoal. Preguiça pura.
AnaMarques
Enviado por AnaMarques em 19/12/2016
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