eu te amava quando ...

você pediu pra eu escrever sobre o nosso amor bandido. mas pediu com aquela tua ironia tão cruel que me maltrata. mas eu atendi o teu pedido, que, na verdade, é um pedido do meu coração. eu preciso colocar pra fora. e, desde que você desistiu de mim, eu não tive coragem de falar isso pra ninguém. eu tive vergonha de dizer que tinha acreditado em você de novo, que te amava de novo e que depois você abriu mão de mim sem pensar duas vezes. eu me senti tão tola a ponto de querer apagar tudo o que eu vivi do seu lado. tudo o que eu senti do seu lado. um dia eu ouvi da tua boca que estava disposto a estar do meu lado e eu acreditei. ah, meu amor, como eu acreditei. eu acreditei em você com todo o meu coração e o entreguei nas tuas mãos de novo. sem pensar duas vezes. tudo o que eu tinha de mais bonito era seu. eu fiz textos e textos sobre você. textos que você leu e mesmo assim não foi o suficiente pra te provar o quanto eu te amava. eu mostrei a você o que eu tinha guardado aqui dentro e você nem ligou. eu defendi você e você me provou o que, no fundo, eu já sabia e só tinha medo de admitir pra não sofrer de novo. a pior parte de amar alguém é abrir os olhos. e você abriu os meus. você não pensou em mim. você não perguntou como eu estava enquanto o mundo caía nas minhas costas. eu me culpei. eu tentei te compreender. eu tentei pensar que você era a melhor pessoa do mundo ou ao menos uma delas. eu achei que existia amor dentro do teu coração. mas você desistiu tão fácil e ficou bem tão rápido que eu desisti da gente. você me decepcionou tanto que eu preferi abrir os olhos. e nem doeu tanto quanto eu imaginava doer. mas incomoda. me traz um aperto no coração. tira meu sono. você não fazia questão de mim e, diferentemente da outra vez, onde eu desisti de mim, dessa vez eu desisti de você. e eu fiquei bem. e eu tô bem. e eu me cerquei de pessoas que querem o meu bem e enxergam o melhor em mim. eu queria que você me amasse. eu te amava tanto, mesmo não dizendo tantas vezes. eu te amava nas vezes que te encontrava escondido traindo a confiança que meus pais tinham em mim. eu te amava nas vezes que fechava meus olhos pras vezes que você me desrespeitava. eu te amava quando fingia não ouvir tuas palavras sobre outras garotas que acabavam com a minha autoestima. eu amava você quando colocava teu bem estar acima do meu. eu te amava quando me culpava se você ficasse chateado caso eu não conseguisse te encontrar. eu te amava quando você era incompreensivo, quando você era impaciente. eu te amava quando quis estar contigo pra te fazer bem. eu te amava quando aceitei os teus defeitos e me propus a viver com eles. eu te amava quando pegava toda a culpa pra mim tentando te poupar de qualquer coisa ruim. eu te amava quando observava você deitado do meu lado. quando desejava passar uma vida do seu lado. quando sorria por ter você. quando me achava a mais sortuda por te ter. mas eu nunca fui isso pra você. você não se sentiu sortudo por me ter. você não teve medo de me perder. você me substituiu tão fácil que doeu, mas eu aceitei. eu tô aceitando. você é egoísta. e eu espero que teu ego te leve pra algum lugar. eu espero que aquele vazio que você me disse que eu deixei ano passado seja preenchido com tuas festas, tuas bebidas e meninas que não te amam. espero que seja preenchido com bundas e peitos que você tanto dizia que eu não tinha. eu espero que você nunca sinta uma dor na alma igual a que eu senti quando te perdi. eu espero que tudo seja sempre superficial pra você e que você nunca caia na real pra não sofrer quando perceber a realidade. você não sabe amar. realmente foi um amor bandido. você roubou tudo o que eu tinha de mais bonito. mas eu aprendi a me virar. eu vou me reconstruir. eu sei que meu coração é capaz de amar novamente. eu espero não me entregar pra você outra vez. eu espero que seja o último texto que eu te escrevo com amor.

Beatriz Linhares
Enviado por Beatriz Linhares em 13/12/2016
Código do texto: T5852492
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