Refém

Venha como está e ponha tuas mãos sobre as minhas, veja como cada dedo é feito para se encaixar, veja como há traços parecidos com os seus em mim, veja quanta luz posso transmitir num olhar, veja o quão boa pode ser a notícia de nós dois juntos, assim como fomos feitos. Para que temer amor, se o fim é mesmo a morte? Para que temer? Minhas mãos não iram fazer-lhe nenhum mau e minha boca não lhe dirá nada que o fira. Então, dito isto. Apenas venha. Tenho partes não muito agradáveis, confesso, mas a respeito disso, digo: Sou completamente refém de mim mesma ás vezes, sou refém de minhas armas internas, então ás vezes não posso negar-lhe um pouco de sofrimento quando eu mesma sofro internamente. Posso viver me desculpando ou posso aceitar que minha natureza me faz ter vários polos, bem, de qualquer forma, você deve vir e ver como sou realmente. Porque nada se consegue temendo, e talvez se queimar um pouco, talvez se ferindo um pouco se descubra coisas que jamais alguém descobriria sem ao menos um dedo queimado.

Minhas armas internas assustam até mesmo a mim, mas eu as uso e sei também fazer brilhar a luz do fogo, então você pode escolher se queimar um pouco e brilhar por longos minutos com o fogo de minhas armas, ou pode ficar do outro lado na expectativa de sua vida agitar.

Samela Samaí
Enviado por Samela Samaí em 12/12/2016
Código do texto: T5850762
Classificação de conteúdo: seguro