O amor é estar lá

Hoje eu voltei pra casa. Foram dois dias numa cama de hospital, as vezes dormindo, outras acordada, mas poucas das vezes eu estava consciente. E nos momentos que eu estava, era você que vinha na minha cabeça. Você não veio me ver. Você não me ligou. Não mandou uma mensagem sequer. E, eu, deitada numa cama de hospital, só pensava se você estava bem. Só tentava encontrar um motivo pra você não ter me procurado. E eu nem sei se você ficou sabendo, mas só me dei conta disso no último dia. Mas foi o suficiente pra me dar conta que eu não queria que você soubesse e isso me doeu. Me doeu porque eu sabia que te queria do meu lado, mas sabia que não era ali que você queria estar. Porque, se você me deixou quando descobriu que minha mãe não aceitava nosso relacionamento, imagina quando descobrisse que em algum momento do meu dia eu simplesmente me encontrava desacordada e o motivo não era bom. Eu precisava de você. Quando eu tava no hospital. Quando minha mãe descobriu e não falou mais comigo. Quando eu perdi noites de sono pensando na gente enquanto você já não pensava mais em mim. Eu precisei de você. Quando a gente separou da primeira vez doeu. Eu levei quatro meses pra ter forças pra viver de novo. E pra você pode até ser drama, mas era um caso de amor bem mais sério. Essa separação parecia doer o dobro. Ou o triplo. Não existe palavras pra descrever o quanto doeu dessa vez. Eu acreditei em você de novo. Eu te amei de novo. É como se fosse um vício. Foram nove meses longe com algumas crises de abstinência, mas só uma crise de recaída. Eu acho que ainda te amo, pra falar a verdade, e essa é a parte que me dói mais. É amar uma pessoa que claramente não me ama. É amar alguém que claramente não se importa.

O que eu quero dizer, o que eu preciso dizer é que quem ama tá do nosso lado. O amor é isso. O amor é estar lá. Não importam as circunstâncias. E você não estava lá pra mim.