O TEMPO E O VENTO
O tempo que é implacável, nos rondando,
O vento, seu parceiro inseparável,
Enquanto um sopra o outro vai passando,
E o vento, em vendaval indesejável...
No lapso de tempo de uma vida,
Enquanto se vacila e não se toca,
O vento deixa marcas doloridas,
E o tempo, que passou não tem mais volta.
Aproveitar o tempo produtivamente,
Não esquecer de fazer, também, o social,
É o que engrandecerá a gente,
Ficando nossa marca no mural.
Quem passou nesta vida e nada fez,
De bem, para outrem seu irmão,
Com certeza não terá outra vez,
De encontrar o rumo no timão.
De graça tudo vem do criador,
Uns conseguem segurar mais, outros menos,
Mas cada um dos dois sofrerá dor,
Pensando apenas no que temos.
DE nada valerá o material,
Se o vento forte o levou;
Menos o tempo principal
Que passou e não se aproveitou.
O vento e o tempo são parceiros,
Um passa, e o outro, sopra sempre,
Conta-se um em janeiros
O outro, apenas a gente sente.
E o tempo, que para uns corre demais,
Para outros, que não veem, sequer caminha...
Mas o relógio, que não para, é eficaz,
Para contar os dias na surdina.
Cuide do tempo e do vento,
Cuida da vida e da saúde,
Quanto se ver num relento,
Lembrará disso mais amiúde.
Aquele que não fez economia,
Que pensou que o tempo não passava,
Terá dias longos de agonia,
Lembrando quando de tudo brincava.
Enquanto há o sopro há a vida,
Quando cessar de soprar, já nada somos,
O que se fez de bom na lida,
Somar-se-á naquilo que dispomos.
Viver, como dizem, é uma arte,
Acredito também nesse ditado,
Não há quem de tudo não se farte,
Se sempre buscou em tudo resultado.
O trabalho que o vento não levou,
Juntamente com o tempo seu parceiro,
É tudo que para nós restou,
Quando cessar a conta dos janeiros.