O que aconteceu

Após dois longos meses pensando sobre o que eu postaria no meu Recanto, e muito mais sem saber em qual categoria, eis que me vem alguns pensamentos tirados de experiências que eu tive.

Decidi arriscar falar sobre a convivência humana. Suas relações e não relações, que me instiga cada vez mais e escrever e não me envolver.

Minha primeira decepção com o ser humano, foi no colegial, quando eu não tinha idade suficiente de que ele seria tão estúpido por machucar o outro por pura diversão. Nesta época estudava eu e meus dois irmãos no mesmo colégio - um com a mesma idade que eu, meu gêmeo, e outro mais velho, já com seus muitos amigos. Eis que um destes colegas - uma garota - começou a me perseguir numa de suas desocupações e me bater quando conseguia. Eu tinha muito medo então me defendia de todas as maneiras; correndo, gritando pelo meu irmão - que nunca fazia nada -, correndo pra diretoria, ou mesmo medindo força com ela, que era vem forte. Numa dessas eu lembro de estar nas semanas finais de aula e eu estava a caminho da biblioteca, que era um corredor largo e bem espaçoso. Ela apareceu do nada e com gosto estampado no rosto começou a arranhar os meus braços. Eu fiquei confuso, não entendia porque ela estava fazendo aquilo comigo. Não tinha ninguém por perto e se eu deixasse ela fazer o que quisesse, eu temia o pior. Então, num ato de defesa eu forcei ela para longe de mim e saquei uma caneta, era a única coisa que poderia me ajudar naquele momento. Ela veio e tudo o que eu fiz foi esperar a caneta na mão dela. Ela gritou, me xingou, e ficou muito mais nervosa do que antes. Antes que ela pudesse fazer algo, meu irmão mais velho apareceu e ela foi mostrar à ele o que eu tinha feito. Lembro de ter ficado marcado na mão dela. O meu irmão simplesmente deu risada e falou: "Também, você fica mexendo com ele." e isso foi tudo.

Nunca me senti tão aliviado. Depois daquele dia ela nunca mais encostou em mim. E me olhava de longe com raiva nos olhos, talvez tramando alguma coisa.

Eu nunca entendi essa atitude de fazer mal ao próximo simplesmente por ele existir. É uma coisa tão minúscula e sem pontos positivos. Talvez seja a raiva empregada pelas mesmas atitudes de outras pessoas, mas descontar em alguém que nunca fez parte disso é insignificante. Muita falta de educação e preparo mental.

Me perguntava se algum dia eu iria causar isso a alguma outra pessoa, se todos que passavam por isso eram pessoas que tinham feito algo de errado.

E no final cheguei a conclusão de que as pessoas odeiam o que não são elas. O sucesso, presença, reconhecimento de um sempre causa inveja em um outro. E isso perdura por gerações e gerações.

Minha mãe sempre me educou para fazer o bem com os outros, dentro de casa e com amigos próximos, e eu nunca tive esta experiência antes.

Hoje com 20 anos eu já passei por coisas muito piores que se eu não estivesse preparado já teria feito algo precipitado.

Nunca se deixe levar pela ignorância do outro. A melhor coisa que fazemos na vida é ignorar o mal e ter nossa vingança com nossas conquistas, nosso sucesso, nossos sorrisos. Isso foi o que aconteceu comigo.

Isso basta.

Iunka Durkheim
Enviado por Iunka Durkheim em 06/12/2016
Reeditado em 06/12/2016
Código do texto: T5845848
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