Em defesa dos bárbaros
Tu, mulherzinha,
Tu, mulherzinha,
que apareces nas notícias
a defender o facínora conterrâneo
matador de uma nossa irmã
por ter sido provocado,
provocas-me.
Provocas
todos os homens e mulheres
de boa vontade.
Precisas de ser defendida
para que ninguém te toque
num fio de cabelo.
Só assim nos conseguiremos defender
da desgraça
de sermos como tu,
mulherzinha,
ser pequeno, sem nome,
com um punhado de silvas
no lugar do coração
e um punhado de terra esboroada
em lugar de cérebro.
Assim, inteira e anónima,
esperemos que se cumpra
a tua esterilidade.