Ao sair, apague as luzes (Charada ao Contrário ou Como eu fiquei depois de desconhecer você)
"Quando chegar a hora de partir, apenas saia andando calmamente e não faça confusão."
BANKSY. "Guerra e Spray". Trad. Rogério Durst. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012.
E aí: vai sair sem se despedir? Deixar teu lugar na escola vazio? À espera da próxima turma, não? No próximo ano letivo, não?
Despedidas: momentos difícies esses... Encontros ao contrário. Perdas que são sentidas por uns, ignoradas por outros (é que tem gente que não se apega tão fácil, sabe?, se é que se apega, não?)
E então? Vai chorar ou sair rindo? De cabeça baixa ou com o nariz em pé? Vai fingir que não dividiu, no mesmo ano letivo, espaço com professores e alunos que, de um modo ou de outro, marcaram tua vida? ('Inda bem que ninguém me vê em meu "Momento Maguila", atrás do monitor, HAHAHAHAH!)
Vai ter Valsa do Silêncio, do tipo "Crima" de Velório? Ninguém olha pra ninguém e... "AMÉM, MEU BEM!"?
Ou vai ter algazarra, com os meninos do 9B (e até umas meninas) gritando "Xer...", bem, você já sabe, né?
Vai ficar alguma coisa disso tudo ou nada?
Você deixou algo escrito? O que ficou para trás?
(Professor, que silêncio é esse? Está me dando calafrios, Professor...)