A morte de Fidel e As Esferas do Dragão
Globo, G1, Veja, Istoé, Estadão, Folha de S. Paulo, entre outros meios de comunicação, enfatizam a morte de Fidel Castro do ponto de vista que lhes interessa: demonizando o líder revolucionário cubano, divulgando vídeos de cubanos, em Maiami, Nova Ioque, EUA, "comemorando" a morte de Fidel.
Realmente, o mundo capitalista tem muito que comemorar mesmo. Tem de destacar o lado ditador de Fidel em vez do lado humanitário, solidário, de alguém que, como outros grandes de nossa história, não se renderam aos ditames do mundo da carestia e da safadeza. Simbolicamente, morreu em tempos de "Black Friday", como exemplo de sua ojeriza ao capitalismo excludente.
Apesar de reconhecer alguns excessos de Fidel na luta por uma Cuba mais justa, igualitária, no todo, acredito que esses "excessos" foram necessários. Não há conquista, vitória, sem perdas, sem sacrifícios. Por isso, compreendo a dimensão dessa perda para o mundo; aliás para a humanidade, na busca por justiça e igualdade social. Fidel era uma bandeira de resistência à opressão. E para mim, permanecerá sendo.
Só em ter quase zerado o índice de analfabetismo em Cuba, tem meu louvor. Porque todo humano, para mim, tem direito inalienável às letras, para além da leitura de mundo, como diria Freire, e das três refeições diárias, o que vestir e um teto. É o mínimo a que nos deve ser fornecido neste ambiente de incertezas, que é a vida.
Ah, se o Brasil seguisse o exemplo do Sistema de Ensino Cubano... Ah, se tivéssemos mais Fidéis... Ah, se tivéssemos mais Luises Inácios Lulas da Silva... Ah, se eu conseguisse As Esferas do Dragão...