Carpe Diem
Era meia noite, chovia e eu estava deitado no meu sofá sem nada para fazer, sentia-se confuso. Não queria acabar mais uma noite daquele jeito, olhando para o teto, o teto olhando para mim. Sentia que tinha que fazer algo que me fizesse feliz nem que seja por uma fração de segundo. A felicidade deve ser sentida assim como a dor. Precisava de um refugio, de um túmulo para me esconder. A questão é que eu não sei quando parar, e nem como começar, quando percebo, já tenho começado o suicídio. Peguei um cigarro, dei uma tragada, soprei a fumaça e nesse momento tudo pareceu destrutivo, acabado, perdido.
Nada é forte na sua essência, e a cada minuto que passa, sinto que está tudo chegando ao fim, sem ao menos ter começado ou se começou, irá acabar antes que eu o perceba. Parece um sonho perfeito, mas na realidade tudo se torna uma pagina rasgada.
Olhava para o relógio, ele insistia em correr para trás. Talvez seja um lembrete de que tudo que é bom chegará ao fim, ainda mesmo que você não queira, mas tudo ficará escuro um dia, e um dia o dia não será dia. Peguei o violão, as cordas choravam quando eu as tocava. A musica alivia, e nesses momentos ela é o meu melhor remédio, a minha melhor droga, meu melhor refúgio, é a minha renovação, minha inspiração. Dito isto, os sentimentos surgem com mais força. O amor se intensifica e para desespero, a saudade também. Só espero haver um jeito de fazer tudo de novo, tornar tudo diferente, sem erros, sem problemas e continuar meu passeio pela floresta escura, e penso: tudo acaba, e o que é bom, acaba mais rápido, vivamos tudo em sua totalidade, Carpe Diem!