Quanto tempo por quanto tempo?

A vida consiste em um piloto automático? Acordar, tomar banho, se arrumar, ir trabalhar ou estudar, chegar em casa, dormir de cansaço e ser torturado pelos próprios pensamentos do que deixou de fazer ou dizer, do que desistiu ou teve medo de realizar. O pior é saber que podia, porém acabou por ceder e hesitou. As chances perdidas e o tempo que não volta nunca mais, a vida que encurta. Eu me perco no tempo, "isso foi ontem ou hoje?" "Oi pai, oi mãe, tchau pai, tchau mãe", até se estender à um adeus sob a beira do caixão encharcado de lágrimas. Não aproveitei quando pude, não aproveito quando posso.

Ódio, Amor e Dor!

Alegria, desânimo, letras escritas, palavras cultivadas, letras apagadas, palavras queimadas. Quanto tempo se passou desde que peguei o lápis? Eu crio os problemas que me machucam, por que diabos faço isso e reclamo em lágrimas depois?

Escrevo para mim mesmo? Ou só para ter o que mostrar e me sentir menos comum?

Cresci ouvindo que a vida tem fim e por isso que é preciosa.

Pois então, estou vivendo um fim temporário. Apenas por alguns anos, eu sei! Mas isso... dói, dói muito.

Eu não termino nada, não tomo atitude do que quero ou julgo com veemência precisar. Me cansei de dizer com empolgação à todos que estou com coisas novas, projetos novos, para depois desistir de tudo!

Tentei ser o mais honesto possível.

Abstract Androgynous
Enviado por Abstract Androgynous em 23/11/2016
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