DOR

Ontem (09/11/2016) foi um dia um pouco pesado; mais pela manhã. Na verdade, esse peso vem ganhando proporções há alguns meses. Parece que o mundo está se invertendo. São tantos discursos de ódio, discriminações e atos preconceituosos os quais estão sendo admirados cada vez mais.

Governos para ricos são eleitos pelos pobres que insistem em permanecer surdos ou cegos. Cada dia uma notícia nova cujo conteúdo se trata de algum benefício (do pobre) tirado pelos governos com a justificativa de economizar para controlar os gastos, mas vejo, em contra partida, esses mesmos governos aumentarem salários ou auxílios para beneficiar apenas eles mesmos. Juro que não entendo o silêncio dos pobres.

Ontem pela manhã, acordei com uma notícia que me deu náuseas e o que mais me irritou foi a postura de alguns alunos que demonstravam felicidade e cogitaram um nome asqueroso para 2018. Isso me fez ter raiva, primeiramente de mim por ver que meu trabalho é, talvez, um fracasso. E depois senti raiva dos alunos por não conseguir entender os olhos (deles) vendados. Me pergunto se não sou eu quem estou de olhos vendados já que não consigo ver as coisas boas nessas pessoas que defendem a não igualdade.

Sempre sinto dores. Mas hoje, a dor do mundo foi de um jeito que eu não havia sentido antes. Há uma ausência de horizonte nos meus olhos. Não vejo futuro claro e leve. Vejo um amontoado de cinzas, sujeira e muita dificuldades, minhas e daqueles que, hoje, precisam mais do que eu.

Não sei explicar nesse momento, mas sei que sinto: sinto que algo de estranho está acontecendo no mundo.