SENHOR GRANDE!

Não se pode dizer que me encontro num país. Sei apenas de minha qualidade de rei de tudo que aqui se encontra, até onde vejo e um pouco mais além.

Sou, apoiado por minhas terras, meu pastor e nada me faltará, como já não me falta. Vim aqui acreditando buscar a felicidade e embora esteja num paraíso, não a encontrei, muito menos as ferramentas que eu julgava necessárias para a sua busca. Minto: achei algumas que mostraram o quão falsa era essa jornada! A paz que sinto agora não

tem nome e é difícil de se traduzir, isso se for possível.

Não precisei ser rei coroado por mim, não necessitei matar para

sentir falsa superioridade, não cri em algo que não vejo ou naquilo que seja impossível de se deduzir para estar aqui (ou por estar). Crendo em tudo que me é tangível, tingi meu mundo de cores inimagináveis.

Quando das minhas cores me perco e minha paz se esvai, e a tristeza me abate, ando por meus campos tentando entender as vicissitudes de lá fora em confronto das daqui de dentro e, me conformo, à medida dos passos, que a tristeza cá ficará guardada, em companhia de serenidade. Porém, com um pouquinho mais de cor.