O PODER DA PALAVRA
O poder da palavra é maior do que a própria palavra.
Quando falamos, emitimos não só o som, mas, o que aquele som quis dizer.
As vibrações da palavra proferida são ondas que não se findam em si mesmo, pois elas transformam o verbo em ação.
Da mesma forma ocorre com o comprometimento da ação verbalizada. Ela cria uma vinculação entre o transmissor e o receptor, marcando um compromisso até a sua realização e às últimas consequências. Vai daí a importância do silencio, pois este nada realiza senão testemunhar o diálogo assistido.
Quando falamos a outrem em presença de terceiro, estamos duplamente comprometidos, quer seja pelo contesto como pelo testemunho. Tudo o que dissermos sem prova testemunhal tem valor entre ambos, porquanto o testemunhado tem valor para com terceiros.
Esse valor entre as partes do que falam se basta a eles, mas, para que tenha valor perante a sociedade carecerá de testemunha assistida do diálogo. A escritura do acontecido valerá na ausência das partes para os atos sociais que as circunstancias exigirem.
Desdizer um dialoga não anula o verbalizado, pois ambas se entenderam e agiram na conformidade do entendimento. O desfazimento, causa magoa entre as partes, independentemente das razões que o fizeram descumprirem unilateralmente. A sua importância esta acima do interesse particular. Daí a necessidade do diálogo comprometedor entre as partes.
José Francisco Ferraz Luz