Consciência Ponderada

A insanidade agora assume o controle dos teus atos

E desperta uma vontade incontrolável de desvanecer

Quando não se possui mais um lugar tranquilo para ir

A rua se transforma em uma moradia incerta e alternativa

As sombras do passado soturno arranham a sua janela

Os ecos daqueles que nos feriram aparecem de súbito

E os sonhos são apenas as reprises do transcorrido

Você se tranca em uma realidade inconsistente

Onde o abismo à sua frente torna-se a única alternativa

Sem uma escolha concreta que leve ao amanhecer

Nada dura muito além do tempo que está destinado

E as grandes guerras estarão sempre atrás de cada porta

Às vezes atravessar a rua dos pensamentos imperfeitos

Torna-se um perigoso e arriscado caminho conturbado

Uma linha tênue que está entre o suplício e o desespero

Que te faz querer pagar por todos os crimes do mundo

Mesmo sabendo que a inocência encontra-se ao seu lado

Deitada nas sombras de um inconsciente ponderado

Alternância da culpa, transformada em remorso pelo tempo

Entrelaçada entre frases soltas e desconexas ao seu redor

O mundo parece um lugar insignificante visto daqui de fora

Confinado em seus próprios devaneios incongruentes

Um espelho disforme que deforma todos os sentidos básicos

A primeira peça que cai levando as outras na sequência

Uma reação em cadeia legítima de pura tirania interior

O mais grave dos infortúnios que se conhece na história

O corriqueiro desistir da existência para virar lembrança

Lágrimas que vão durar séculos de uma saudade incurável

Um vazio absoluto e incondicional de suas próprias vontades

Apodera-se do ser, acabando aos poucos com o que sobrou

Lentamente e em cada segundo, até que nada mais exista

kdu
Enviado por kdu em 05/11/2016
Código do texto: T5814476
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