Consciência Ponderada
A insanidade agora assume o controle dos teus atos
E desperta uma vontade incontrolável de desvanecer
Quando não se possui mais um lugar tranquilo para ir
A rua se transforma em uma moradia incerta e alternativa
As sombras do passado soturno arranham a sua janela
Os ecos daqueles que nos feriram aparecem de súbito
E os sonhos são apenas as reprises do transcorrido
Você se tranca em uma realidade inconsistente
Onde o abismo à sua frente torna-se a única alternativa
Sem uma escolha concreta que leve ao amanhecer
Nada dura muito além do tempo que está destinado
E as grandes guerras estarão sempre atrás de cada porta
Às vezes atravessar a rua dos pensamentos imperfeitos
Torna-se um perigoso e arriscado caminho conturbado
Uma linha tênue que está entre o suplício e o desespero
Que te faz querer pagar por todos os crimes do mundo
Mesmo sabendo que a inocência encontra-se ao seu lado
Deitada nas sombras de um inconsciente ponderado
Alternância da culpa, transformada em remorso pelo tempo
Entrelaçada entre frases soltas e desconexas ao seu redor
O mundo parece um lugar insignificante visto daqui de fora
Confinado em seus próprios devaneios incongruentes
Um espelho disforme que deforma todos os sentidos básicos
A primeira peça que cai levando as outras na sequência
Uma reação em cadeia legítima de pura tirania interior
O mais grave dos infortúnios que se conhece na história
O corriqueiro desistir da existência para virar lembrança
Lágrimas que vão durar séculos de uma saudade incurável
Um vazio absoluto e incondicional de suas próprias vontades
Apodera-se do ser, acabando aos poucos com o que sobrou
Lentamente e em cada segundo, até que nada mais exista