Confessionário de uma cama
Era apenas uma tarde nublada de domingo. Em minha cama, deitado, amacio todos os meus espaços. Virou o meu confessionário de pensamentos. As imagens vem em minha mente. Vou me lembrando de todos os momentos que vivemos desde que nos encontramos. Como conseguimos viver tão rápido? Como conseguimos descer ladeira abaixo. Sim, eu sinto saudades.
Deitado e mexendo pelos lados, eu confesso que tive a chance de viver todos os melhores momentos ao teu lado. A vida parecia mais divertida. O teu sorriso consumia minha alma e eu ia me deliciando com todas as linhas tênues. As cores que conhecemos foram as mais vibrantes. Que me dera voltar esse momento. Fiquei rindo, eram lembranças.
Quando me virei de lado, retraído, as minhas lágrimas começaram a cair. As saudades foram murchando, como uma flor morrendo. O teu sorriso foi sumindo. A neblina pairava pela minha janela e a garoa me chamando. Só consegui lhe ser conveniente quando precisava. Hoje, virei um papel amassado. Eu te escondi dentro de uma caixa e te abandonei.
Acho que nossas vidas passaram rápidas. Viajamos como um avião e caímos no meio da turbulência. Em minha última confissão antes de dormir, eu apenas deixo um sorriso indiferente: uma saudade como um sol frio.