Vendedor repelente

Eu sei que é paradoxal dizer isso, mas a maioria dos vendedores são do tipo repelente.

O cliente chega na loja e, lá vem o vendedor que fica perto dele o tempo todo tirando sua autonomia na escolha da compra. Nisso, o cliente fica constrangido se sentindo sufocado e vai embora.

Vendedor tem a função de encantar o cliente e não de sufocá-lo.

Existe algo chamado desespero nessa problemática. Essas pessoas estão vendendo, na verdade, o desespero de perder o emprego, o medo de não obter a comissão e tantos outros tipos de ansiedades angustiantes. Então, imagine um cliente sendo bombardeado por tudo isso, inconscientemente, quando entra em uma loja. Portanto, é lógico que essa situação torna-se um repelente dos fortes.

Ontem mesmo, estava no ônibus e comecei a observar uma loja. Bom, todos os vendedores estavam desanimados, pois ela estava vazia. De repente, entrou uma senhora e começou a olhar algumas coisas. Não demorou nada para um vendedor já se aproximar e ficar perto dela, com um olhar de desespero. O que aconteceu? A senhora foi embora. Confesso que observei essa pérola muitas vezes durante meu trajeto no ônibus e também, já a experienciei.

É por essa razão que a função de vendedor é de repelente desse jeito.

A lição que tiro dessa reflexão é: que a ausência de empatia está em abundância na nossa sociedade, pois caso as pessoas se colocassem no lugar uma das outras, essa situação não aconteceria de maneira alguma.

Um vendedor por excelência, é antes de tudo, um cliente curioso! Ele deve se colocar no lugar de seu público-alvo, saber seus desejos, seu perfil para enfim encantá-lo!

OBS: É fato que todos nós temos nossas limitações, porém, temos que trabalhá-las de maneira madura para não cairmos nessa armadilha de vender nossos medos, angústias. Nossos pontos fortes devem ser evidenciados e, os fracos, trabalhados.

Desejo finalmente ressaltar que, a análise desse fenômeno não pode ser reduzida a essa minha reflexão, porque existem outros aspectos mais densos que devem ser considerados na abordagem do desempenho no trabalho, e das relações humanas de modo geral, para que seja possível realizar melhorias e projetos de qualidade de vida para todos.