Anjo caído

Em meio a multidão, me sinto com uma alma penada. Vazia, absoleta...busco-me dentro de mim...absorta...já não há mais o que encontrar.

Tudo fosco, deturpado...

Passando pelas pessoas, é como se fosse um objeto inanimado...translúcida...

Apenas o vento me sente e me conduz. O vento que bate em meu rosto, deixando meus longos cabelos esvoaçantes, me leva, leve, como uma folha caída de uma árvore, à lugares remotos, desconhecidos...

Tão insignificante, que nem a água cristalina, brilhante e agridoce, que escorre discretamente de meus olhos, são notadas.

Todos muito cheios, apressados, com pouco tempo, não se sentem, se vêem, mas não me enxergam...

O tão certeiro vento me conduz agora para um lugar vazio, distante. Com passos apressados, corro em direção alguma, buscando sei lá o que...Contudo, já compreendo minha colocação...sou apenas um anjo caído!

Dai Vask
Enviado por Dai Vask em 24/10/2016
Reeditado em 23/10/2017
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