Feministas machistas

Na terça-feira ( 18 de outubro) ocorreu, na televisão, um debate, apresentado por duas jornalistas, Mariana Godoy e Amanda Klein. Os candidatos estão concorrendo à prefeitura do Rio, e no fim, um deles, Marcelo Crivella, disse:

"Eu quero agradecer a você, Mariana e dizer que esse sucesso todo é por causa de vocês, com certeza a beleza de vocês encantou os telespectadores e a todos”. Mariana ironizou dando "thauzinho de miss", deixando claro que ela não gostou do elogio do candidato, afinal ela não estava ali para que os telespectadores reparassem em sua beleza, e sim em seu talento.

No dia seguinte, na internet, milhares de mulheres do Brasil inteiro elogiavam a atitude da apresentadora quanto ao comentário "extremamente machista" do candidato, afinal estamos vivenciando um tempo em que precisamos nos unir, até porque estamos sendo violentadas, estupradas, assediadas. As redes sociais estão aí para que possamos compartilhar dezenas de campanhas contra o machismo, "somos todas fulana"; "diga não à cultura do estupro"; "meu corpo é só meu, faço dele o que eu quiser", portanto não podemos tolerar um simples elogio em rede nacional, né?!. Só que, nesse mesmo dia, um outro político também estava encrencado, Eduardo Cunha estava sendo preso. Um presidiário elegante, de terno e gravata, o policial que o acompanhava, de jeans surrado, camiseta básica, barba comprida e com um coque no cabelo. A internet bombou, quem era ele? Gato da federal, lenhador da federal...só se falava nele e a prisão do Cunha nem era mais tão importante.

Por dias, nas redes sociais, as mulheres foram à loucura e comentaram o que quiseram: quem não quer ser presa com um policial assim; com um policial desse eu iria para a cadeia rapindinho; seu guarda, me bata, me prenda, faça tudo comigo.

Em um dia, mulheres criticaram um elogio à uma apresentadora bonita, e horas depois assediaram, diretamente, sem meios termos, um policial bonito. Não sei se foram as mesmas, espero que não,mas mulheres, precisamos nos unir e falar uma só língua, e que essa linguagem não seja extrema, vamos sim lutar contra o machismo, contra o assédio, mas vamos também tolerar um elogio em um ambiente de trabalho e respeitar um cara sexy trabalhando. Meninas, vamos ser feministas, mas não façam desse feminismo uma nova forma de machismo.

Dezafranca
Enviado por Dezafranca em 23/10/2016
Reeditado em 24/10/2016
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