Você não pode fazer o que quiser de mim.
Não vem com essa de tentar me seduzir novamente. Sem essa de me mandar mensagem como se sentisse minha falta. Você não ligou. Não mandou sequer um sms após o primeiro encontro, nem no último, convenhamos. Não sei como pude me iludir. Após tantas decepções, eu deveria saber que você não era muito diferente dos tipos que rodam a minha desastrada vida amorosa. Mas eu pensei que você seria a exceção que eu sempre sonhei.
Por isso, eu alimentei uma esperança e me joguei de cabeça. Eu fiquei pendurada no celular observando se você estava online, e se estava porque não me mandava uma mensagem, tantas vezes que perdi a conta. Meu coração deu pulos de alegria quando o telefone apitava e era você me ligando.
Você achou que podia fazer o que quisesse de mim. O pior é que podia. Ridiculamente, eu sucumbi ao teu charme e me tornei marionete em tuas mãos. Eu deixava que você fosse e voltasse quando bem entendesse. Eu sabia que você saía a procurar de outros amores, mas me fazia de boba, quando você ficava em silêncio toda vez que eu perguntava. Eu sabia que era só uma diversão para ti. Enfim...
Eu ria como uma boba quando você aparecia com um sorriso torto. Só queria te convencer que era eu. Eu podia ser o que você precisava. Aí você sumia mais um vez e eu ficava triste. Até você voltar e me enganar outra vez. Eu sabia que estava sendo enganada, mas deixava. É estranho.
Quando eu te conheci, eu tive quase certeza que era você. Mais uma paixonite aguda. Eu fingia que não via que você era igualzinho a todos os outros. Fingia não ver que você me usava apenas para não ficar sozinho. Meu carinho servia apenas para inflacionar o ego. Mais nada.
Depois de um tempo, eu me refiz. Chorei. Me enchi de dúvidas. Quase desistir de me afastar de você. Mas permaneci forte, pois eu sabia que não queria mais alguém como você me fazendo tanto mal. Eu sei que você está chocado ao receber um “não” meu. Sei que não consegue acreditar que eu não estarei mais a sua disposição. Deletei o seu número. Exclui você da minha vida. Não quero te ver nem pintado de ouro. Posso ser a boba, mais idiota não sou. Idiota é você.