Eu
Descobri a paixão por ler
Quando ninguém quis me ouvir
Descobri a paixão por escrever
Quando ninguém pode me ver
Eu sou assim, meio invisível
Uma hora estou ali
Na outra não mais...
Poucos são os que percebem
Meu jeito acanhado, olheiras e cabelos soltos
Sou menina livre, menina do mundo
Menina que no fundo
Só tem medo de se abrir
Já fui livro aberto
Todas as palavras eram legíveis
Letras garrafais de bons contornos;
Mas fui suja
Suja com a tinta preta dos outros poetas
Que não souberam lidar com meus versos.
Sou amadora, rimo ou não...
Brinco de escrever
Porque aqui falo quem sou eu
Mostro minha marca, sem que ninguém me tinja.
Sou preto no branco, ou ao contrario
Sou mau e bom
Triste e feliz
Sou um agridoce de personalidades
Um mosaico tão engraçado
Que chega a ser estranho aos olhos de comuns;
Se nem ao mesmo eu me entendo
Quem dirá eles?