__ANJO DE FACE TRINCADA__
Cantava
- naufragada, esquecida -,
música de fundo,
voz perdida à conversão de vozes confusas.
Hummm...
Cantava
- divinamente! -
violão e voz.
Peregrina entre ruídos de vozes,
pratos e talheres,
buzinas,
de gargalhadas,
crianças chorando...
Era um anjo
de face feminina,
trincada pelo desprestígio
de todos ali presentes.
Era quase um pássaro
agonizando no asfalto quente,
com as asas emboladas em cerol de pipa.
Passou,
- despercebida -,
com a lua em veludo na língua
- anjo a brotar em sua boca.
E acabou
- enluarada -,
sem acesso ao tumulto,
sem ser ouvida,
aprendendo a voar
sem nunca descobrir o céu...
Cantava
- naufragada, esquecida -,
música de fundo,
voz perdida à conversão de vozes confusas.
Hummm...
Cantava
- divinamente! -
violão e voz.
Peregrina entre ruídos de vozes,
pratos e talheres,
buzinas,
de gargalhadas,
crianças chorando...
Era um anjo
de face feminina,
trincada pelo desprestígio
de todos ali presentes.
Era quase um pássaro
agonizando no asfalto quente,
com as asas emboladas em cerol de pipa.
Passou,
- despercebida -,
com a lua em veludo na língua
- anjo a brotar em sua boca.
E acabou
- enluarada -,
sem acesso ao tumulto,
sem ser ouvida,
aprendendo a voar
sem nunca descobrir o céu...