Mais que conversão uma rendição para o amor.

E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer. (Atos 9:6). Nesta passagem que inicia no versículo um do presente capítulo e vai até o versículo nove vemos a narrativa de uma das conversões que muito acrescentou na igreja primitiva. A conversão de Saulo de Tarso. Quando estudamos atentamente este livro vemos que não se trata de uma conversão repentina, mas de uma rendição repentina. No capítulo sete vemos a defesa e a execução de Estevão e algo a respeito do ocorrido subsistia na mente de Paulo e não podia apagar-se. Algo ardia em seu coração e uma pergunta gritava em seu interior, como podia um homem bom morrer assim? Para fazer calar essa insistente pergunta Paulo se lançou à ação mais violenta possível. É comum que na maioria das vezes o ser humano para tentar calar algo que o incomoda ele dirigir-se a realizar uma ação de cuja retidão tem certas dúvidas, e ao fazê-lo este redobra seus esforços com o intuito convencer-se a si mesmo de que sua atitude é a correta.

Sua primeira ação foi perseguir os cristãos de Jerusalém. Isto só piorava as coisas porque estava obrigado a perguntar a si mesmo que segredo fazia com que essa gente singela enfrentasse o perigo, o sofrimento e a perda de seus bens, serenos e sem medo de ninguém. De modo que, afundando-se ainda mais na ação violenta ele fez o seguinte: E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns daquela seita, quer homens, quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém. (Ats 9:1Ats 9:2). As ordens do Sinédrio tinham vigência em qualquer lugar em que houvesse judeus. Ele havia ouvido que alguns cristãos escaparam a Damasco e então fez o tal pedido. Mas a cada dia da longa viagem em seu coração o aguilhão do Espirito aumentava o questionamento. Segundo os historiadores entre Jerusalém e Damasco havia cerca de duzentos e trinta quilômetros. A viagem devia fazer-se a pé e levaria em torno de uma semana. Saulo tinha como acompanhantes os oficiais do Sinédrio, e uma força policial. Mas sendo fariseu, não podia tratar com eles, de modo que seguia só em meio de outros, e esta situação o deixava a sós com os seus pensamentos. E para reforçar esta situação a rota que eles seguiam atravessava Galileia e esta região trouxe para sua memória mais vividamente a imagem daquele Jesus, fazendo aumentar, ainda mais a tensão em seu interior e, é com este estado de espírito que ele se aproxima de Damasco.

A visão era linda, Damasco era uma das cidades mais velhas do mundo. Diante deles estava a rota subia o Monte Hermón, e lá abaixo estava Damasco, uma bela cidade branca em meio a uma planície verde, como disse alguém: “um punhado de pérolas em uma taça de esmeraldas”. E foi em meio a tudo isso que vemos a seguinte narrativa: E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. (Ats 9:3-5). E neste exato momento finalizou-se a batalha interna de Saulo e este se rendeu a Cristo. E assim ele entra em Damasco mudado.

E aqui vemos a grande mudança houve nele. Aquele que tinha se dirigido a Damasco como uma fúria vingativa, aquele que achava que detinha o poder agora seguia guiado pela mão, cego e impotente como um menino. E assim se dá conosco quando entendemos que a nossa soberba e o nosso orgulho egocêntrico de nada vale, e que os nossos eitos, preceitos e preconceitos se desfalecem ante ao amor regenerador de Cristo Jesus, então entendemos o quão cego somos diante das coisas de Deus. Pois o ser Cristão resume-se no que o Cristo ressuscitado disse a Paulo: E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer. (Ats 9:6). Até este momento Paulo esteve fazendo o que ele queria, o que ele considerava apropriado, o que sua vontade opinava. Mas deste momento em diante alguém lhe diria o que teria que fazer. Assim também é hoje o Cristão é uma pessoa que deixou de fazer o que ele desejava e para começar a fazer o que Jesus Cristo quer que faça, e fazendo isso se torna livre dos eitos preceitos e preconceitos para viver à vida de Deus aqui na terra e em um tempo certo na eternidade.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 18/10/2016
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