O amor não é egoísta
É difícil fugir de um problema rotineiro em que duas pessoas são protagonistas. A intolerância de um, o descontentamento do outro intensificam o desgaste de um diálogo... Guardar, expor, falar ou calar? Em qualquer atitude a ser tomada surgem consequências desagradáveis. Se calando, o silêncio ensurdecedor entristece a alma e fere o coração, forçando a aceitação de algo que está ruim. Se expondo, o barulho estridente das brigas e o estresse de ver corriqueiramente o problema se repetindo e nenhuma mudança ocorrendo rompe o encanto de qualquer laço outrora existente.
Temos um grande problema em querer fazer o outro enxergar onde ele está errando, dando-o a possibilidade de corrigir. Porém ao sinalizarmos o problema automaticamente queremos ditar a mudança. Mas vendo isso se repetir por várias vezes, ao invés de fazermos as mudanças em nós, seguimos insistindo em mudar o outro, e isso nem sempre ocorre. Melhor, quase nunca ocorre. E então, as brigas começam a tomar o espaço de todo o silêncio, de toda a ação. Destruindo afetos, sentimentos, admiração. Perdemos o privilégio de apagar o fogo e ganhamos o desastroso carma de incendiar duas vidas.
Nunca foi e nunca será fácil cuidar da felicidade do outro. Pois o amor não tem nada de egoísta, pelo contrário, ele diminui quem ama e eleva quem é amado.