Reflexão do Setembro Amarelado

Morte como a primeira palavra e dois desenvolvimentos: primeiro, quando se chega a hora de colocarem-no a sete palmos abaixo ou acima do chão casualmente; e a segunda que é um mero efeito do Universo, o acaso. Entretanto, tais afirmações tem um porém que normalmente não consideramos: livre-arbítrio. Nesse caso, o direito de abdicar.

Morte e Livre-Arbítrio podem sim ser sistemas equivalentes. Informações que são somadas tem sua infinidade de probabilidades e se apropriam não somente e especificamente do suicídio. Estamos em Setembro de 2016 e existe desde 2014 uma campanha mundial contra tal prática: Setembro Amarelo. Mas, vamos deixar de lado essa visão catalográfica e ser mais nós mesmos: humanos tratando de "humanoidades".

Creio eu que o suicídio é apenas uma forma de tantas de se morrer. Na maioria dos casos é mais cômodo se matar ao longo dos anos sorrateiramente, com apenas algumas divulgações em divagações avulsas. É claro que tal opção se faz necessário um certo conforto e comodidade inaparente na realidade social, cultural e econômica da globalidade afunilada a um caso em que o sistema complexo consequente de mensagens generalizadas não está nem aí.

De qualquer forma, a parte que choca nossa conjuntura é o suicídio artificialmente espontâneo, direto e reto. É muito engraçado todo o cenário antagônico criado por nós: no casos de feminicídio a objetividade do ato não é válida, morte por defender a honra, morte por amar ou odiar a conexão alma, corpo e ambiente o suficientemente para se abdicar das condições de vividez. Em vista, fique claro que não tenho competência para tal julgamento em potenciais suicidas e carcaças já consolidadas.

Na situação que me encontro no momento, nada diferente a minha bagagem vivida, a tristeza vem da ausência do ainda não inventado. Teve épocas que gostava da bisbilhotice da morte e um certo magnetismo súbito mórbido. O que uma coisa tem a ver com a outra e iluminando o paragrafo anterior é: inefável. Cada mente processa com singularidade ímpar, é incontestável. Logo, não há conclusões por mim, deixo isso para aqueles a título de especialista que supostamente estuda para isso.

Entretanto o ponto que não posso, não quero e, principalmente, não devo é simplesmente apenas ficar na pipoca. Sabe, não é nada fácil viver num constante estado de entropia camicase, é necessário ferramentas externas para a organização interna sim. Digo, por dois motivos nada plausíveis. O primeiro é por "eu" mesmo, o segundo é porque é preciso resolver problemas com lógicas fora do problema. Simples.

Então, meu caros amiguinhos. Não é nada legal ganhar a notícia que você é um potencial suicida. Sabe, ninguém se mata ou, pelo menos, tenta por uma vontade ocasional. Eu acredito que o ego é só personalidade, mas acontece que às vezes a gente se perde dentro da gente como a gente perde a chave de casa quando vamos sair de casa. Vamos ter paciência, ajudar e incentivar o amiguinho a achar a chave para ele poder sair de casa e compartilhar os momentos conosco, afinal de contas acho que todo mundo já assistiu Into the Wild e achou bonitinho.