Curtir...

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Abro as páginas escritas pelos perdulários do rabisco desnecessário e leio adjetivos construídos de sentidos individuais e respondendo ao jogo social. Bom, mau, ruim, confusão de elogios e desperdício dessa classe gramatical (adjetivo) que descreve e ergue o mocinho-bandido de hoje e sempre.

É preciso de elogios e aplausos; tudo deve ser ovacionado - até mesmo ao avesso; vaias - para que a aceitação seja plena.

Juízo de valor ... e tudo passa a ser analisado a partir do ponto de vista do crítico de banheiro - só faz merda. No entanto, há ouvidos que servem de latrina e assimilam e concordam com cada arroto da palavra mal proferida e escrita; curtir.

Sociedade dos "poetas" vivos, de aplausos desafinados e vaias mudas, contudo, prenhe de adjetivos.

Tudo é lindo e belo e feio e esdrúxulo, mas o importante é opinar segundo o local fixo da nesciência e ossificar a partir da análise pueril e frágil, e repleta de interesses venais.

O interesse é marca tatuada dos juízes de plantão da opinião!

Quem não tem o que acrescentar, adjetiva!

Quer ser bom, seja péssimo! Obrigado, Nietzsche, mas é difícil de alguém compreender!

Mário Paternostro