Quando foi que parei de escrever?
Me pergunto em qual momento da minha vida minha habilidade para escrever sumiu?
Quando eu era criança eu escrevia. Escrevia tudo errado, sem concordância, sem correções, mas escrevia. E me orgulhava. Depois na adolescência eu escrevia. Eu escrevia por horas a fio frente ao computador e também escrevia num caderno. No trabalho, em momentos ociosos eu escrevia. Eu escrevia quando estava triste e também quando estava feliz e também quando estava apaixonada. Eu escrevia coisas loucas, exageradas, sem nexo. Eu escrevia para pessoas. Textos, cartas de amor, depoimentos e votos de aniversários. Eu tinha tanto pra falar às pessoas...
De repente isso foi se perdendo. Começou com poemas: escaparam das minhas mãos.
Depois parei de escrever às pessoas. Eu já não sei mais o que dizer para elas em seus aniversários, nem mesmo para o melhor dos melhores amigos. Por fim, matei meu blog.
Às vezes até o visito, mas não tenho a menor coragem de ressuscita-lo.
Parece que toda aquele amontoado de teorias da faculdade e obrigações da vida tomaram conta de mim sem deixar espaço pra minha escrita.
A verdade é que mesmo desocupada não fui capaz de escrever, de me expressar. O que toma conta de mim é uma grande preguiça de expor ideias, de expor amor, de expor humor, de expor ficção.
Eu passei a resumir tudo. Eu resumo tudo a um "Feliz aniversário" ou um "Te amo", e pronto!
Ou às vezes nem isso...
Mas alegremente digo: escrevi sobre não escrever! Talvez seja um recomeço.